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Angela Freire
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"A EDUCAÇÃO MORAL consiste na arte de formar hábitos, uma vez que a educação é o conjunto dos 'hábitos adquiridos'" Allan Kardec

terça-feira, 4 de maio de 2010

Autoridades mipibuenses, analisem também este ponto de vista: festa junina sob outra ótica.

EXTRAÍDO DO BLOG http://clodoaldobarbosa.blogspot.com/

Sim, à paróquia de Mipibu. Sim, aos eventos de massa no largo da Matriz.

Por Clodoaldo Barbosa

É com todo respeito a Deus, em primeiro lugar, à Igreja Católica, na qual sou batizado, ao novo pároco da Igreja Católica de Mipibu e a todos os católicos e cidadãos mipibuenses que, na condição de cidadão e católico, venho expressar um outro ponto de vista a respeito da não realização de grandes ou pequenos eventos em frente à Igreja Matriz.

Pelos textos que discorrem sobre o assunto, nos diversos blogs de Mipibu, especialmente http://blogdodaltro.blogspot.com/ e o http://mipibufoco.blogspot.com/ , dá para perceber que os católicos favoráveis a não realização de tais eventos o são por dois motivos: o primeiro é que os consideram uma afronta ao sagrado, e o segundo é para preservar o aspecto físico da Igreja.

Há de ser considerado que em Mipibu não existe apenas a Igreja Católica. Existem outras religiões que devem ser igualmente tratadas, pois vivemos em um país cuja Constituição garante a liberdade de religião.

A mesma Constituição determina que o Estado Brasileiro é Republicano e Democrático. Já houve um tempo em que o Estado era Teocrático (não havia separação entre o governo de Deus e o dos Homens). Os reis Europeus, por exemplo, só eram consagrados reis, com as bençãos dos Bispos ou Papa. No caso dos europeus, dos quais somos descendentes, o Estado era Católico e, portanto, as decisões eram tomadas de acordo com os interesses do catolicismo. Nesse caso, a religião e a política se confundiam.

Hoje, porém, vivemos em um tempo em que há separação entre a religião e a política. Apesar da grande influência que a Igreja Católica exerce no campo político. Antes, o espaço público era também o espaço Católico. No entanto, já não vivemos mais naqueles tempos. Hoje, uma coisa é o espaço público e outra coisa o espaço religioso, no caso, Católico.

O espaço público, - no caso específico, o largo em frente a Igreja Matriz -, não é um espaço sagrado. O que é sagrado para a Igreja Católica é o espaço físico da Igreja e o Cruzeiro, que fica em frente à Igreja. O largo (pátio) é público e diz respeito a todos os mipibuenses, sejam católicos, evangélicos, de qualquer outra religião permitida pela Constituição Federal, e até ateus.

Está claro que a decisão de não realizar o São João em frente à Igreja Matriz, atende o interesse da Igreja Católica, e é decisão do Poder Executivo. Até aí tudo bem, mas isso pode gerar o entendimento de que a autoridade sobre o espaço público em frente a Igreja seja da própria Igreja e isso não está amparado na Constituição Federal.

Por exemplo: hoje o pároco apelou e conseguiu tirar a realização do São João da frente da Igreja. Amanhã, porém, uma Igreja Evangélica poderá requerer o espaço para realizar qualquer evento e a Igreja Católica poderá ser intolerante. Além disso, se não pode o São João, também não poderão outras festas que tenham as mesmas características. Sendo assim, o pátio da Igreja Matriz, - lugar onde tradicionalmente o povo de Mipibu realiza os maiores e melhores eventos -, ficará restrito aos eventos permitidos pela paróquia. O espaço público passa a ser determinado pelos interesses católicos.

Outra coisa que pode acontecer é outra ou outras igrejas requererem o mesmo direito em relação ao espaço público em frente dos seus templos. Como os direitos são iguais, elas poderão exigir o mesmo tratamento e isso poderá gerar um grande problema para o poder público, tendo em vista que nas principais ruas existem templos religiosos. Não podemos dizer que no caso da Igreja Católica é diferente, pois seria supor que ela é superior às demais, e nesse caso, o poder público estaria incorrendo em erro, pois o Estado (o município está inserido na concepção de Estado) não tem religião. O governante sim, mas o governante toma decisões em nome do Estado, portanto, não pode misturar as coisas.

Agora, se o real problema é a integridade física da Igreja, então deve ser dado o tratamento específico para esse problema. O que não pode é proibir a utilização do espaço público para eventos populares, portanto, de interesse público.

Apesar disso, sempre achei o largo da Igreja Matriz um lugar inadequado para a realização do São João, pois considero-o pequeno, mesmo tendo ficado mais bonito em razão de, no cenário, constar a própria Igreja.

Vale lembrar ainda que os argumentos expostos no documento enviado à Prefeita (ver o blog mipibufoco.blogspot.com) não justifica a não realização de eventos de massa, pois se fosse assim, a proibição teria de ser em todo o Brasil e, como todos devem saber, na cidade do Recife, onde moro temporariamente, há uma grande concentração de Igrejas e é justamente no largo delas que acontecem as maiores festas populares da cidade, inclusive São João e Carnaval.

Portanto, as medidas a serem tomadas devem ser no sentido de proteger o patrimônio físico da Igreja, e não de proibir eventos de massa no espaço público. Se a Igreja tem o direito de ser respeitada e ter o seu patrimônio protegido, a população tem o direito de utilizar o espaço público para realizar os eventos populares, grandes e pequenos. Um direito não pode ferir o outro.
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Do Blog:
Acreditando ser importante por contribuir culturalmente e economicamente para nossa sociedade a FESTA JUNINA DE MIPIBU, publico este texto de Clodoaldo, torcendo que as autoridades mipibuenses tenham PRUDÊNCIA e senso de JUSTIÇA ao discernir quanto ao futuro de uma festa do povo.
Não usem dois pesos e duas medidas;
Não favoreçam uns e outros não.
Os grifos em cores no texto são nossos.

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